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  • Foto do escritorDaniela Ventura

‘Tou ca neura…


Eu sei, eu sei: estar tanto tempo sem escrever nada e, de repente, lançar um artigo sobre a neura… é no mínimo irritante. Mas é isso que nós somos por aqui: uma pessoa com um intestino irritado: por isso, podemos.


Hoje acordámos assim: em dia de neura absoluta. Veio de madrugada, tenho a certeza, quando tive de me levantar 3 vezes para fazer xixi (apesar das dores horríveis no raio dos ossos da bacia). Numa delas, nem me lembro bem de como cheguei ao WC – apenas me lembro do alívio que foi. Enfim, de manhã lá nos levantámos para começar o dia: eu, o intestino e a barriga de 8 meses. Percebemos logo o que estava para vir quando nos sentimos a arrastar pelo corredor, tivemos de pedir licença ao braço para mexer a mão e até fazer o pequeno-almoço foi um sacrifício (valha-nos a fome que era negra). Seguiu-me o ter de trabalhar com o cérebro a 10 à hora e um almoço tardio e preguiçoso… depois, tivemos mesmmooo de sair e lá fomos. Passou-nos pela cabeça chamar um táxi (afinal, estamos com a neura), mas ignorámos essa ideia.


Pensei que o que se seguia iria melhorar o nosso mindset, uma vez que estávamos a ser obrigados a ter alguma acção, mas estava enganada. Fomos a uma consulta, tivemos 2 horas à espera, ficámos com fome (mais xixi), aborrecidos, eu – com os pés inchados, e – para acabar bem a festa – a criatura resolveu não colaborar com a médica pela 4ª vez e virar as costas ao ecografo. Sim, foi literalmente assim. Para além de continuar todo esticado na lateral, ainda decidiu que só ia mostrar a linda coluna vertebral dele à médica. 1 hora depois, saímos da sala de eco como se tivéssemos corrido na maratona (vire-se para aqui, agora para ali, agora salte, agora o pino…..). Fiquei zangada com ele – embora a médica se chamasse Graça, aquilo já não estava a ter piada nenhuma. Agora, temos de lá voltar de novo, daqui a 4 semanas, se ainda conseguir andar por essa altura.


Nada como ir ao shopping afogar as mágoas – com a banda sonora dos PZ a acompanhar-me mentalmente, como uma nuvem negra que pairava sobre mim! Afinal, os fatos de banho ficaram esquecidos na casa da mãe e dava jeito ter um modelito para um SOS dos que tenho tido, onde fico com tanto calor e tão inchada que tenho de ir a correr enfiar-me dentro da água gelada (seja ela da praia ou da piscina). Devo confessar que foi uma ideia triste……… já nada me serve ou parece bem. Fugi do provador a correr e decidi mudar a mira: um vestido comprido que me tape os trambolhos que tenho no lugar de pernas. Nada também. Aiiiiiii. Uns brincos! Solução perfeita (e barata). Nem isso encontrei. Fui até ao McDonald e pensei – só por causa disso – ir comer um hambúrguer e beber uma Coca-cola, mas consegui resistir. Após isto e já sem ideias, vim para casa. Quando cheguei, tive a prova definitiva que o Universo, hoje, estava a conspirar contra mim: não havia lugares! Subi os 5 andares até ao meu lugar de garagem (sim, 5) e… 2 carros bloqueavam a passagem com as suas trombas de Mercedes mal arrumadas. Pensei: vou partir isto tudo mas passo!


Como ainda não me vinguei deste mood feio em que estive o dia todo, vou dizer ao marido que ou faz ele o jantar ou não comemos… talvez até faça uma birra daquelas em que vou bater com os pés no chão. Talvez vá chorar um pouco no banho enquanto sinto pena de mim… de certeza que vai ser a melhor parte deste meu dia! 😉


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