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  • Foto do escritorDaniela Ventura

Quando sabemos que o que queremos são laranjas


Estou a mudar o meu mundo. São coisas que acontecem, uma, duas, três ou mais vezes na vida. Sentimos que há situações que já não nos agradam, já não vibramos com determinadas coisas, seja com o nosso trabalho, relacionamentos, casa, forma de estar,… … … há quem fique apenas assim, nesta desinquietude, como que a boiar num caldeirão de uma sopa morna. Uns por um tempo – até “acordarem” e perceberem -, outros pelo resto da vida – apenas porque não notaram que são os seus próprios agentes de mudança.


Era o que me estava a acontecer: ali me encontrava, em “banho-maria” numa panela de sopa. E – garanto-vos – a minha sopa era verde, viscosa e estava quase fria!


Hão-de concordar comigo que, quando uma pessoa está neste contexto, no qual apenas um dos departamentos da sua vida está mais morto do que vivo, e que todos os outros estão muito bem sim senhor, que nem sempre é fácil apercebermo-nos do lodo no qual estamos a chapinhar. Até que um dia, depois de nos andarmos a arrastar há algum tempo: algo faz clique! Alguém que nos diz alguma coisa que nos desperta, ou um episódio que nos tira do sério e nos deixa à beira do ataque de nervos,…


Por aqui, aconteceu num belo domingo de abril. Já era noite, e eu cá me continuava a lamentar sobre o facto do que o que eu fazia para ganhar a vida já não me fazer sentido. Gente: há mais de 2 anos que já não fazia! Mas eu lá achava que precisava era de férias. Que se estabelecesse um plano, objectivos, que tudo encarrilava. Não sei porque raio é que não me lembrei que bastava mudar e fazer algo que me definisse. Ou talvez saiba… cá dentro – para alguns, bem lá no fundo – temos a crença de que não podemos misturar o prazer e o trabalho. Culpa de quem? Dos nossos avós e/ou pais, que – afinal – não têm culpa nenhuma: apenas viveram noutra época e noutra realidade diferente da nossa.

Mas onde é que entram, aqui, as laranjas afinal?! (perguntam vossemecês) Calma… já lá vamos! Sou uma gaja de Humanidades – não sou pessoa de sínteses. 😜

Bom, enquanto me apercebia do que se estava a passar, optava por mudar a minha vida profissional no sentido de começar a fazer o que realmente gosto. Assim que, na minha mente, mudei o registo, tudo o resto começou a ser fácil: um plano começou a desenhar-se na minha mente, os objectivos e próximos passos pareciam bem claros. Vezes sem conta passeava-se pela minha fronte a frase: “nem acredito que estou a ter a coragem para fazer isto”. E lá continuava. Orgulhosa, suponho. Eufórica, na certa. Lá estava eu: a pedir laranjas (vamos usar aqui umas metáforas) ao Universo! A plenos pulmões! Gritei: LARANJAS! Eu quero LARANJAS!


Foi o que se seguiu que me fez perceber que, sempre que decido infligir mudanças significativas na minha vida, acontece sempre o mesmo padrão.


Passados uns dias, o Universo olhou para mim – sempre lá de cima – e disse-me: “Queres mudar de vida? Mas estavas tão bem com mirtilos… pareciam-te poucos, era? Vá, toma lá mais alguns…”. E eu pensei, cá com os meus botões – bem baixinho, não fosse ele ouvir-me: “Filha da mãe… há agora dás-me mais mirtilos?”. Armei-me em boa e disse-lhe que não queria. O que queria eram LARANJAS!


Mais uns dias se foram e, mais uma vez, num belo domingo, ele voltou a vir ter comigo e a voz dele ecoou: “Então se não queres o raio dos mirtilos, toma lá limões! Limões são quase primos das laranjas! E não digas que vais daqui mal!” Bem… desta vez até me está a dar algo parecido com o que eu pedi… talvez devesse aceitar – que é melhor do que nada e é bem parecido com o que quero… passou-se a noite e percebi a tendência que temos em nos contentarmos com as “migalhas” do que queremos. Na manhã seguinte, olhei para ele bem de frente e – com toda a calma e Amor – voltei a repetir o que queria. LARANJAS – o que quero são LARANJAS. E, no dia a seguir, uma laranjeira começou a brotar na minha varanda. 🤓😌😉

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